É relevante comentar a realidade das comunidades ribeirinhas do arquipélago do Marajó, considerado a maior ilha fluviomarítima do planeta. Com 106.662 km², representa uma área de 8,6% do território estadual, tão grande quanto os desafios enfrentados pelos seus habitantes. Nessa terra rica em recursos biológicos e hídricos, a vida não é nada fácil.

Mais da metade da população marajoara vive abaixo da linha da pobreza, em uma região que lidera o ranking de pobreza no Pará, com 73,1% da população enfrentando essa dura realidade. Esses números não são apenas estatísticas; eles mostram a luta diária pela sobrevivência que se vê em cada um de nós, em cada família. Ao atravessar os rios do Marajó, percebe-se a falta de oportunidades básicas, que deveriam ser asseguradas a todos.

A região também sofre com a sexta maior taxa de abandono no ensino médio do estado, com 20,4%, um grito silencioso que ecoa pelas comunidades, revelando uma realidade implacável que aprisiona gerações em um ciclo de escassez e falta de perspectivas. Romper esse ciclo parece quase impossível, mas é um desafio que não pode ser ignorado.